Agência de notícias entra em ação

Alunos do curso de jornalismo atuam na cobertura de assuntos de diversas áreas

Notícias de Brasília

Saiba quem faz a história de uma cidade.

Esporte

Fique por dentro das principais notícias no esporte local.

Sustentabilidade

As questões sociais, econômicas e do meio ambiente que fazem nossa vida.

Cultura

As manifestações genuínas da nossa sociedade.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

De início próspero à derrocada: Rede Manchete é tema de livro de Arnaldo Niskier

“Quando sobreveio a mídia eletrônica, em 1983, registrou-se uma sucessão letal de equívocos. Eles não pertenciam ao ramo”. Esse é um dos diagnósticos do jornalista Arnaldo Niskier, homem forte do grupo Bloch por 37 anos, contidos em Memórias de um sobrevivente: a verdadeira história da ascensão e queda da Manchete, publicado pela Editora Nova Fronteira. O autor, que ocupa a cadeira de número 18 da Academia Brasileira de Letras, lançou o livro nesta quinta-feira (22), no UniCEUB, em Brasília.


A obra retrata, com minúcias, como um império que chegou a mais de sete mil funcionários e dava todos os indícios de promissor, (com revista de circulação nacional, emissoras de rádio e TV) perderia tudo e teria, no início dos anos 2000, um passivo financeiro e de imagem.


A revista, por exemplo, trazia um estilo próprio, na segunda metade do século 20, principalmente na apresentação visual e na linguagem. A editora Bloch honrava-se em anunciar que era um jornalismo feito por brasileiros. O dia em que “as máquinas pararam” é trazido por Niskier com riqueza de detalhes A publicação deixou de circular no dia 31 de julho de 2000 e 2822 profissionais perderam os empregos. “Ponto final de um capítulo glorioso do jornalismo brasileiro”, aponta Niskier. Foram 2520 edições. “Naquele (último) dia, 2822 profissionais perderam um pedaço de suas vidas”. No mundo eletrônico, que teria sido um voo alto demais para o grupo, o autor identifica que houve poucos sucessos, o que incluiu a telenovela Pantanal.


Lançamento em Brasília ocorreu no UniCEUB

 

Na obra, o autor utiliza documentos e a memória para traçar o panorama técnico da rede e, também, o psicológico do fundador, Adolpho Bloch. Inclusive, a visão do antigo magnata da comunicação é também retomada com um olhar privilegiado.  “Acima de tudo, um realizador. Adolpho tinha uma grande capacidade de premonição”, registra Niskier. De acordo com ele, o perfil do dono do grupo fez com que tivesse grande aproximação com Juscelino Kubitschek.


Além de homenagear os profissionais que fizeram parte dessa incrível história de céu e inferno, a obra faz com que, por um lado, aqueles que foram público dos veículos recordem e revisitem esse passado recente, e por outro, os mais jovens podem conhecer uma das trajetórias mais fulminantes da comunicação brasileira. Depois de 12 anos do final melancólico de Manchete, a obra de Niskier pode ser considerada mais uma grande reportagem a partir da perspectiva desse autor que viveu tão intensamente as redações dos veículos. Seja como for, o leitor poderá reconhecer um legado, também para os tempos da internet, que não pode ficar desconhecido porque as máquinas pararam.

 



 


A primeira edição (Imagem reproduzida)

 



 


         A última edição (imagem reproduzida)

 

Por Luiz Claudio Ferreira e João Gomes (texto) e Jackson Sena (fotos) - Agência de Notícias UniCEUB



domingo, 18 de novembro de 2012

TV pública promove jornalismo participativo no Vale do Urucuia (MG)


O quadro Outro Olhar, da TV Brasil, realiza durante a 5ª edição do Festival Sagarana, no Vale do Urucuia – MG, oficinas de jornalismo participativo com as comunidades  presentes no evento. A idéia é fazer com que as atividades do evento e a realidade da cidade de Sagarana, possam se transformar em vivências audiovisuais. O objetivo das oficinas é capacitar os presentes a usarem câmeras e aparelhos celulares, para retratar sua realidade e poder apresentá-la ao pais pelos olhos de quem vive na região.

Leia mais

O Outro Olhar é o espaço da sociedade civil no jornalismo da TV Brasil. Com vídeos de até 2 minutos, qualquer pessoas pode enviar um vídeo mostrando a realidade da sua região. Eles poderão ser exibidos no telejornal Repórter Brasil.
Para quem quiser participar da cobertura, é possível enviar  conteúdos para: conteúdo@ebc.com.br.


quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Maioria das grandes cidades têm plano de redução de risco, aponta IBGE


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística conferiu com as prefeituras dos 5.565 municípios brasileiros se elas possuíam plano municipal de redução de risco ou algum programa ou ação de gerenciamento de riscos de deslizamento e recuperação ambiental de caráter preventivo. A resposta para a pergunta coloca os municípios com mais de 500 mil habitantes de um lado e os com menos de outro. Sudeste e Norte são as regiões que lideram quanto à existência de Plano Municipal de Redução de Risco e as regiões Sul e Sudeste as que lideram quando o assunto são ações ou programas preventivos de deslizamento e recuperação ambiental.

Mais da metade dos mais populosos têm plano de redução de risco e outros 21,1% estão em processo de elaboração. Quanto aos menos populosos, apenas 6,2% das prefeituras afirmaram ter plano de prevenção de risco e outras 10,1% disseram que estão em processo de elaboração. Segundo o relatório do IBGE, 32,6% dos municípios declaram realizar programas ou ações de gerenciamento de risco de deslizamento e recuperação ambiental de caráter preventivo.

Esses 1.812 municípios (32,6% do total Brasil) realizam, em sua maioria, drenagem urbana e construção de redes e galerias de águas pluviais. Outras prioridades são a realização de obras de contenção, proteção, drenagem superficial ou profunda e remoção de moradias.

O relatório da Pesquisa de Informações Básicas Municipais – MUNIC 2011, divulgado no dia 13 de novembro diz que um Plano de Redução de Riscos é um documento no qual se mapeiam riscos ambientais, geológico-geotécnicos e construtivos, traçando-se objetivos, metas e ações para a prevenção e controle desses riscos. Já os programas ou ações de gerenciamento de deslizamento e recuperação ambiental preventiva são as intervenções isoladas de diversos tipos, como, por exemplo, drenagem urbana, recuperação de várzeas, renaturalização de rios e córregos, construção de muros de proteção e diques, drenagem e assoreamento, dentre outros.

A íntegra da pesquisa está disponível no site do IBGE, no link

Por Mônica Prado, Agência de Notícias UniCEUB
Foto: Centro de Comunicação Social da Aeronáutica - enchente em Blumenau (SC) - 2008

Originalidade é critério para festival de bonecos, diz pesquisador. Evento em cartaz até dia 28



 O Festival Internacional de Bonecos de Brasília, que começou nesta segunda-feira (12) e segue até o final do mês de novembro (28) com entrada gratuita, já é o maior do mundo. "Este ano, recebemos 800 inscrições de grupos interessados em participar e, ao final, teremos um total de 196 apresentações. O critério de seleção das atrações é a originalidade”, observa o jornalista e pesquisador desse tipo de arte, Marcos Linhares. O evento é coordenado pelo bonequeiro Ricardo Moreira. 

O festival de Brasília chega em 2012 a sua 11ª edição e tem a formação de novos públicos como uma de suas finalidades. “O projeto também busca levar crianças das escolas públicas ao teatro. Dois ônibus vão ser usados especialmente para isso”, anima-se o jornalista.

Linhares diz que o maior desafio para a realização do evento está relacionado ao financiamento. “O festival custa, em média, R$ 500 mil. Este ano, conseguimos o apoio da Secretaria de Cultura do DF. Mas, não duvido que os artistas, caso faltasse patrocínio, viriam à cidade com recursos próprios, movidos apenas pela paixão. O artista é um abnegado”, acredita. Outro desafio é a visibilidade. “A imprensa assassina a arte popular ao tratá-la de forma marginal”, critica.

Novas - Segundo a organização, o festival 2012 traz novidades. O grupo mineiro que abriu o evento, nesta segunda-feira, na sala Martins Penna do Teatro Nacional, desenvolveu uma técnica que utiliza água e sombras. “Ficamos, realmente, emocionados quando vimos o trabalho doTeatro Kabana. É lindíssimo”, elogia Linhares que destaca também a presença do grupo espanhol Jordi Bertran. “Eles contam histórias somente com bonecos de espuma ao som de violão e o efeito é maravilhoso”, derrete-se.

Os espetáculos acontecem esta semana no Teatro Nacional Cláudio Santoro e, a partir de sábado (17), seguem para oito regiões administrativas (Guará, Taguatinga, Ceilândia, Brazlândia, Planaltina, Sobradinho, Santa Maria e Varjão). Além dos espetáculos, atividades como exposições, oficinas e debates também estão na programação. No sitefestivalbonecosdebrasilia.wordpress.com é possível conferir dia, local e hora de todas as atividades e apresentações.

O festival reúne cerca de 120 artistas de oito países: Brasil, Chile, Argentina, Costa Rica, Itália, Espanha, México e Portugal. Os espetáculos são gratuitos e indicados para todas as faixas etárias.

Por Érika Suzuki - Agência de Notícias UniCEUB
Foto: Bruno FIgueiredo - Divulgação - Grupo Teatro Kabana

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Distrito Federal convive com contrastes históricos, indica pesquisa. Veja entrevista

 
Uma radiografia completa que mistura indicadores próximos das ideais e outros que apontam para problemas históricos profundos e de necessidades urgentes. A Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) divulgou  a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD), que traz, por regiões administrativos números absolutos e porcentagens desse abismo típico de uma cidade grande.

A pesquisa apurou dados pormenorizados de áreas como situações das residências, abastecimento de água e outros serviços públicos, características da população, incluindo condições de vida e acessos à saúde, além de outros dados que retratam a vida de quem mora no Distrito Federal.

 Água - O Lago Sul, por exemplo, é a única região administrativa que 100% dos 8.560 domicílios possuem filtro.  Existe uma preferência das pessoas moradoras do DF por filtros de barro. São 301.744 para um total de 711.331 das casas com filtro, ou seja, 38,48%. Em Brasília, a maioria usa filtro de parede, o que não ocorre nas cidades de Ceilândia, Gama e Paranoá.

Natalidade -  Outro dado importante para formulação de políticas públicas é que o local com a maior taxa de naturalidade do Distrito Federal e Regiões Administrativas é Ceilândia. Em relação à educação, dados mostram que  os estudantes estão divididos em 504.683 em escolas públicas e 279.038 em escolas particulares.  


Políticas públicas – A pesquisa foi lançada, nesta semana, no Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), que foi realizada em 30 Regiões Administrativas do DF. Realizada pelo Governo do Distrito Federal, em parceria com a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (CODEPLAN), a pesquisa tem o objetivo de aperfeiçoar as políticas governamentais de Brasília.

Um Comitê integrado pela Codeplan, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Católica de Brasília (UCB) e UniCEUB, serão responsáveis por grupos de trabalho voltados para as áreas de saúde, educação, transporte,  desenvolvimento econômico e combate às desigualdades sociais. Cada instituição deverá realizar seminários, com os dados da PDAD, em 2013.

Em entrevista à Agência de Notícias do Uniceub, Max Maciel, Coordenador Geral da Central Única das Favelas DF (CUFA-DF), afirmou que os resultados dessa pesquisa vão contribuir para planejamentos sociais em Brasília. ‘‘Nós esperamos que a partir dessas pesquisas, as dificuldades em educação, saúde, transporte dos brasilienses, sejam resolvidas’’.

A proposta da Codeplan é que a cada dois anos, novas pesquisas sejam feitas. ‘‘Esse trabalho ajudará a identificar caminhos que levem à transformação socioeconômica do Distrito Federal’’, disse o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz.

Com reportagem de Jamile Rodrigues - Agência de Notícias UniCEUB

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Kalungas sobrevivem entre evasão e resistência cultural em Goiás. Veja documentário


Os Kalungas constituem-se como o maior quilombo remanescente do Brasil e convivem com o desconhecimento do restante da população e com a falta de políticas públicas que atendam necessidades básicas para que eles, de fato, se enquadrem na sociedade brasileira. Sonhos e Correntes: a situação de uma comunidade quilombola no século 21 é um documentário em vídeo sobre a comunidade Kalunga localizada no município de Monte Alegre de Goiás (GO).

O surgimento do Kalunga data de meados do século 18 quando iniciou a colonização na região de Goiás onde havia muito ouro. A necessidade de mão-de-obra para os trabalhos fez com que os africanos fossem trazidos para a província, onde passaram a servir como escravos. E onde havia escravidão, havia também resistência.

Assim grupos ou indivíduos fugiam e formavam os quilombos, comunidades autossuficientes que vivem há mais de duzentos anos isolados em regiões remotas, próximas à Chapada dos Veadeiros. São três comunidades, nos municípios de Cavalcante, Teresina de Goiás e Monte Alegre de Goiás, que formam o maior quilombo remanescente do Brasil, com 237 mil hectares, localizado a 400 quilômetros da Capital Federal.

O documentário produzido concentra a abordagem na comunidade do município de Monte Alegre de Goiás e retrata as dificuldades por que passa essa comunidade, que não acompanhou o desenvolvimento social porque no passado precisou se isolar para se ver livre da escravidão no Brasil central. A liberdade é um direito assegurado pela Constituição Federal, mas que, no entanto, ainda não é inteiramente garantido a uma população sem subsídios para desenvolver-se igualmente.

Uma comunidade que, no passado, precisou se isolar para ser livre, mas hoje, apesar de livres das cadeias da escravidão, a comunidade convive com a ausência de elementos básicos tais como educação, saúde, saneamento e infraestrutura o que representa uma nova corrente, a do isolamento, a da liberdade relativa porque uma vez que seus integrantes não podem se integrar totalmente à sociedade, se encontram também impedidos de desfrutar de direitos constitucionais básicos: a vida, a liberdade e a igualdade.

Por Sthael Samara Silva e José Maurício Oliveira Júnior - Agência de Notícias UniCEUB

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Tráfico de animais silvestres aumenta durante a primavera

Com o início da primavera, inicia-se também o período de reprodução dos animais silvestres. A Doutora em química e colunista ambiental Karin Astrid explica em seu videoblog Tráfico de animais silvestres”, que esse é o período de maior comercialização ilegal dessas espécies.
O Brasil, como é um país de fauna riquíssima, consequentemente também é um dos principais alvos do tráfico de animais. Karin conta que, entre 10 animais traficados, nove morrem antes de chegar ao seu destino final. De acordo com relatório da Polícia Federal, quase 38 milhões de espécimes são arrancadas de seus ninhos e tocas.
Karin divide o tráfico no Brasil em duas partes. O tráfico interno – que é desorganizado e praticado por pequenos comerciantes, caminhoneiros e motoristas de ônibus. E o tráfico internacional – que é sofisticado e tem um maior nível de esquematização. Esse tipo de tráfico é praticado por grandes nomes da sociedade internacional, artistas milionários, inúmeras empresas e grandes laboratórios, que seguem planos criativos e originais, além de distribuírem subornos para funcionários públicos, empresas aéreas e até para políticos.
“A Lei de Crimes Ambientais, criada em fevereiro de 1998, considera os animais, seus ninhos, abrigos e criadouros naturais, parte do Estado”, finaliza Karin. “A compra, a venda, a criação, ou qualquer outro negócio envolvendo animais silvestres é crime inafiançável”, enfatiza.
Os videoblogs da colunista Karin Astrid podem ser vistos no portal Painel Brasil TV.
Por Bruna Goularte - Agência de Notícias UniCEUB

Projeto próximo ao lixão da Estrutural muda vidas de ex-presidiários. Veja reportagem




Um barracão e grandes máquinas reaproveitam madeira das mais diversas origens, como a obra da reforma do estádio Mané Garrincha, um dos palcos da Copa do Mundo 2014. Oitenta pessoas, munidas de protetores nos ouvidos para suportar o barulho das trituradoras gigantes, trabalham das 7h às 19h em um espaço especial criado a partir da inspiração de um só homem. O sonho começou na cadeia. Enquanto Fernando Figueiredo pagava sua dívida com a sociedade, maquinava um plano estratégico de sobrevivência para quando saísse daquele lugar. E o pensamento não era egoísta. A ideia era oferecer a marginalizados uma saída digna da vida do crime. Há quatro anos, a inspiração se tornou real.  Fernando criou a Cooperativa Sonho de Liberdade.


Atualmente, a cooperativa emprega 20 presidiários, que cumprem regime semi-aberto; 10 ex-presidiários e 50 pessoas da comunidade de Santa Luzia, localidade a 10 km da parte central de Brasília, onde se encontra a empresa. A cooperativa chega a ter um bom faturamento e colabora com a sociedade, segundo o idealizador. “Já temos CNPJ e faturamos cem mil reais por mês. Ainda não temos lucro e grande parte do dinheiro é para pagamento dos funcionários que recebem de cinquenta a cem reais por dia. Mas estamos crescendo e, qualquer dia desses, vamos começar a triturar pedras que vêm das construções”, enfatiza Fernando.

Livre do crack
Além de reaproveitar madeira, o trabalho na cooperativa reinsere homens à sociedade. O velho ditado diz que o trabalho enobrece o homem e isso se faz real na cooperativa sonhada por Fernando Figueiredo.
O marceneiro, carpinteiro, serralheiro, eletricista, tapeceiro e inventor, José Divino Vieira, de 46 anos, se recupera do vício com muito trabalho. O “McGuiver”, como é conhecido pelos colegas cooperados, utiliza madeira reaproveitada para produzir 30 pequenos sofás em três horas de intenso trabalho, num pequeno quartinho de madeira, que ganhou de Fernando para morar. “Minha ideia é chegar a 80 sofás por dia. Estou inventando uma máquina para fazer o trabalho mais rápido”, complementa Divino.

Em série 
Mas para chegar a toda essa produção, o ex-usuário de drogas passou por caminhos que considerou “tenebrosos”. O goiano de Anápolis perdia aquela guerra e roubava supermercados numa cidade próxima à Brasília. “Eu era mendigo. Meu negócio era roubar e fazer qualquer dinheirinho para comprar o crack”, afirma Divino, profundamente emocionado e com lágrimas nos olhos.

O marceneiro lembra que roubou um supermercado oito vezes, no mesmo dia. E, ao invés de ser preso, recebeu do dono do estabelecimento a oportunidade de ser apresentado à Cooperativa. E o homem de fé, agarrou a chance com unhas e dentes. “Chegou a minha hora!”, afirma com veemência o habilidoso cooperado.

Hoje, Divino, que conhece bem o caminho das pedras, percorre as ruas das cidades próximas com um carrinho de mão lotado de sofazinhos e não consegue chegar ao destino de vendas muitas vezes. O material é todo vendido antes. E o homem que não conseguia guardar cinco reais e gastava com drogas tudo o que conseguia ilicitamente, refaz a vida e volta a pensar na família, que mora em Barreiras, na Bahia, e não conhece ainda a recuperação dele. “Quero reconquistar minha família, minha mulher e minhas duas filhas. Já abri uma poupança pra elas e logo, logo terei um carrinho para ir visitá-las.”, conta José Divino Vieira, com alegria estampada no rosto sofrido.

O turismólogo Cézar Rabelo, de 40 anos, é a pessoa que viabiliza os sonhos de Fernando na cooperativa. “Sou o único graduado que o Fernando acolheu aqui”, afirma em tom de humildade e sorridente, o pós-graduado em gerenciamento de projetos.

Rabelo acompanha todo o trabalho da empresa e sabe tudo o que acontece com os colaboradores; é o braço direito do idealista Fernando Figueiredo. “A cooperativa é a chance para muitos. Nem todos aproveitam. Já tivemos um caso de um que fugiu do trabalho e acabou morto após tentativa de assalto, com R$ 100,00 no bolso, que seria o mesmo faturamento dele aqui no dia.”, lamenta o administrador. Por outro lado, o sucesso da cooperativa é evidente e ajuda a recuperar a grande maioria que não teria oportunidades fora do lugar, já que presidiário e ex-presidiário sofrem muito preconceito. “Uma vez por semana, os trabalhadores que querem participam de um culto aqui mesmo a partir das 15h, fica à vontade e ganha as horas como se estivesse produzindo”, finaliza Cézar Rabelo.
O sonho encanta e já se espalha. Nossa reportagem presenciou o choro da mãe de um presidiário que foi pedir uma vaga na cooperativa para o filho que está preso. “Infelizmente não podemos acolhê-lo agora.”, lamenta Fernando. Com a nova máquina de trituração de pedras, poderemos fichar mais trabalhadores, a cooperativa deve abrir mais vagas. 

O sonho de um se tornou realidade para muitos a cerca de 30 quilômetros do Congresso Nacional, sem muita burocracia, mas com muita vontade e desejo de vencer e luta. A iniciativa e a persistência dos cooperados em busca de sobrevivência movem as máquinas que reaproveitam madeira e ajudam a recuperar vidas.

Por Luciano Villalba Neto (texto)  - Agência de Notícias UniCEUB
Vídeo: Sthael Samara Silva (reportagem), Melquizedequi Lopes (imagens) e Ivonete Oliveira

sábado, 10 de novembro de 2012

Quinta temporada do NBB conta com 18 equipes. Atual campeão busca o tetra


O Memorial JK em Brasília, espaço que abriga um acervo histórico do presidente que idealizou a capital, Juscelino Kubitschek, foi palco da festa de lançamento oficial do NBB 5, com presença de jogadores e comissões técnicas dos times participantes. Nessa temporada a competição será composta por 18 equipes, recorde de participantes do campeonato. Nas edições anteriores, 15 times buscavam o título de melhor do basquete nacional.

Além do Distrito Federal com o atual time campeão, UniCEUB/BRB/Brasília, são representados os estados de São Paulo (com os times Bauru, Franca, Sorocaba, Limeira, Mogi das Cruzes, Palmeiras, Paulistano, Pinheiros, Suzano e São José dos Campos); o Rio de Janeiro (com Flamengo e Tijuca); Minas Gerais (com Minas Tênis Clube e Uberlândia); o Espírito Santo (com o Vila Velha); Santa Catarina (com o Joinville) e o Ceará (com o Cearense).

RIVALIDADE

O técnico do time Cearense e ex-jogador de basquete, Alberto Bial, falou sobre a estréia do time nordestino do campeonato nacional, e explicou que, apesar de saber das limitações da equipe, busca o título maior do campeonato. “Não há como entrar em uma competição esportiva sem pensar em almejar o primeiro lugar”.  O técnico falou ainda sobre o papel dele dentro do time e da oportunidade de passar o conhecimento adquirido na vida esportiva para os jovens técnicos dos times do Nordeste. “Tento multiplicar esse conhecimento, dentro da importância que é o esporte para uma sociedade, tornando-a melhor, mais justa e com mais educação”. 

O armador americano naturalizado brasileiro, Larry Taylor, jogador do Bauru, falou sobre a vontade de tirar o título do time de Brasília e do objetivo de chegar aos quatro melhores. “A gente sabe que vai ser difícil, que os times são muito fortes, mas é uma boa disputa”. O ala do UniCEUB/BRB/Brasília, Frederico Rossi, falou sobre a competição. “Acredito que vai ser mais disputado do que o ano passado, mas o time está focado e vamos em busca do tetra”. 

Por Cecília Sóter (texto) e Sérgio Alberto (foto) - Agência de Notícias UniCEUB