terça-feira, 13 de novembro de 2012

Kalungas sobrevivem entre evasão e resistência cultural em Goiás. Veja documentário


Os Kalungas constituem-se como o maior quilombo remanescente do Brasil e convivem com o desconhecimento do restante da população e com a falta de políticas públicas que atendam necessidades básicas para que eles, de fato, se enquadrem na sociedade brasileira. Sonhos e Correntes: a situação de uma comunidade quilombola no século 21 é um documentário em vídeo sobre a comunidade Kalunga localizada no município de Monte Alegre de Goiás (GO).

O surgimento do Kalunga data de meados do século 18 quando iniciou a colonização na região de Goiás onde havia muito ouro. A necessidade de mão-de-obra para os trabalhos fez com que os africanos fossem trazidos para a província, onde passaram a servir como escravos. E onde havia escravidão, havia também resistência.

Assim grupos ou indivíduos fugiam e formavam os quilombos, comunidades autossuficientes que vivem há mais de duzentos anos isolados em regiões remotas, próximas à Chapada dos Veadeiros. São três comunidades, nos municípios de Cavalcante, Teresina de Goiás e Monte Alegre de Goiás, que formam o maior quilombo remanescente do Brasil, com 237 mil hectares, localizado a 400 quilômetros da Capital Federal.

O documentário produzido concentra a abordagem na comunidade do município de Monte Alegre de Goiás e retrata as dificuldades por que passa essa comunidade, que não acompanhou o desenvolvimento social porque no passado precisou se isolar para se ver livre da escravidão no Brasil central. A liberdade é um direito assegurado pela Constituição Federal, mas que, no entanto, ainda não é inteiramente garantido a uma população sem subsídios para desenvolver-se igualmente.

Uma comunidade que, no passado, precisou se isolar para ser livre, mas hoje, apesar de livres das cadeias da escravidão, a comunidade convive com a ausência de elementos básicos tais como educação, saúde, saneamento e infraestrutura o que representa uma nova corrente, a do isolamento, a da liberdade relativa porque uma vez que seus integrantes não podem se integrar totalmente à sociedade, se encontram também impedidos de desfrutar de direitos constitucionais básicos: a vida, a liberdade e a igualdade.

Por Sthael Samara Silva e José Maurício Oliveira Júnior - Agência de Notícias UniCEUB

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