sábado, 2 de junho de 2012

Na SELVA (01.06) - Brigada de Infantaria tem mais da metade do grupo composto por indígenas

São Gabriel da Cachoeira – Subir contra o fluxo do Rio Negro implica em relacionar-se, a cada cidade e tribos indígenas, com novas culturas da Amazônia. Na região conhecida como cabeça do cachorro, em São Gabriel da Cachoeira, a Segunda Brigada de Infantaria de Selva, comandada pelo General Sérgio Duarte, encontrou nas aldeias locais um maior conhecimento para aprimorar a área protegida pela força verde-oliva.

Na etnia baré, o jovem soldado Pedro Bastos descobriu cedo o desejo de servir. O indígena de 18 anos agora alia o conhecimento da área de floresta com o serviço militar. “Já estou habituado a vida aqui na floresta e isso facilita a ser uma guerreiro de selva”, conta Pedro. O militar, entretanto, acredita e pratica certa restrição quanto a vida dentro e fora do quartel do batalhão de selva.  “ Uma coisa é estar no quartel e usar a minha farda. Na comunidade é uma situação diferente onde vou usar minha mochila e roupas normais”.

Há menos de um ano à serviço da força, o soldado baré já traça metas e planeja uma vida bem distante da região amazônica. “Quero servir em Brasília, no quartel PE (Polícia do Exército) e ainda fazer minha faculdade de engenharia,” revela.

Com aproximadamente 40 mil moradores, a região da cabeça do cachorro tem 92% de sua população com procedência nas aldeias indígenas. Dentro do batalhão, a frequência de filhos da floresta entre cabos e soldados fica na casa dos 68% e torna-se ainda maior com os militares que conseguem crescer dentro da força. A estimativa da Brigada é que os números ultrapassem os 70% com as possíveis promoções dos nativos, que podem alcançar até a patente de sargento.

Outro filho da floresta, Fernando Ribeiro dos Santos, 21, também da etnia baré, conseguiu entrar no serviço militar somente no ano passado e lamenta a demora do ingresso. “Na minha comunidade tive um aprendizado muito fraco e demorado. Só terminei o ensino médio com 20 anos e sempre tive a vontade e curiosidade de ser do Exército”, conta Dos Santos, nome pelo qual é conhecido no quartel.

Por José Maciel – Agência de Notícias UniCEUB

1 comentários:

  1. muito boa essa entrevista sobre a vida desses militares!!! esse na foto sou eu: SD ROBSON SILVA. Comandando um grupo de militares na saudação indigena na 2 BDA INF SL.em são gabriel da cacheoira-AM.

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