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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

“Ainda não encontramos o caminho da bilheteria”, diz cineasta brasiliense

Durante esta semana acontecerá mais uma versão do Festival de Cinema de Brasília e, mais uma vez, a cidade não conseguiu ocupar uma posição de destaque na mostra competitiva, que reúne os 30 filmes que estarão concorrendo aos principais prêmios. Apenas um curta metragem produzido na cidade foi selecionado. O cineasta, ator e produtor brasiliense Bruno Torres acredita que a ausência de produções locais no festival deve-se principalmente a pouca idade da cidade. “Ainda não encontramos a nossa cara. Apesar da existência de aspectos culturais importantes e já consagrados na cidade, como a arquitetura, no cinema ainda não conseguimos construir a nossa história”, afirma Bruno Torres, que participará do festival atuando como ator em duas produções.

Filho do também cineasta Geraldo Moraes, Torres vem de uma família inteiramente dedicada à sétima arte. A mãe, além de atriz, é produtora. O irmão, André Moraes, faz sucesso com trilhas sonoras para filmes como Lisbela e o prisioneiro e O Coronel e o lobisomem. Para Bruno, ter uma família com tantos profissionais ligados ao cinema nem sempre é uma vantagem. “É claro que ajuda, aprendi muito com o meu pai. Mas por outro lado, pode acabar se misturando trabalho com assuntos familiares e ai a situação pode complicar”.

Projeto - Com 34 filmes na carreira, sendo 18 deles longas metragens, Bruno Torres atualmente se dedica à sua próxima produção, que deverá começar a ser produzida no ano que vem. O filme Terra de Cegos terá uma temática ambiental e irá abordar o desmatamento da Amazônia.
Por Dener Giovanini - Agência de Notícias UniCEUB

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Conselho de fonoaudiologia aprova nova regulamentação



fonoaudióloga Izabela Monteiro, do conselho da categoria profissional, comemorou a nova regulamentação de poluição sonora. O Governo do Distrito Federal (GDF) sancionou, no final de agosto, decreto que regulamenta a lei de 2008. O novo documento especifica os níveis de ruído permitidos, as infrações e a penalidade caso a lei seja descumprida.  A especialista conversou com a Agência de Notícias UniCEUB sobre o novo decreto e suas conseqüências na vida da população. Segundo ela, o excesso de ruído leva a desatenção, perda de memória, insônia e menos rendimento no trabalho. 

Ouça aqui a entrevista.

A profissional enalteceu a importância da regulamentação, levando em consideração que a falta de limite pode causar problemas de saúde irreversíveis. Também foi ponderada a permissividade de nossa legislação além de pontuar a falta de fiscalização. O ruído ocupacional, que é provocado por máquinas, pode provocar lesão no sistema auditivo, podendo chegar à perda da audição. Já o uso de alto-falantes, e música muito alta causa problemas de atenção não só para quem produz o barulho como para quem tem que conviver com ele.

Para Izabela, um ponto positivo do decreto é a descriminação dos diferentes níveis de ruído para o meio rural, industrial e urbano. A permissão para a passagem de caminhão e veículos que causam muito barulho em áreas de moradia também foi especificada no documento oficial. A fiscalização ficará a cargo do DETRAN, quando relacionado a veículos e da ANAC, para aviões e aeroportos.

Segundo a fonoaudióloga, Águas Claras e Taguatinga são os locais da cidade com o nível de ruído mais elevado. Muitas crianças que estudam nas áreas mais afetadas pelo barulho têm problemas sérios com atenção e assimilação de conteúdo. “Esses locais deveriam ter um ruído diferenciado e esse é um ganho da população com o novo decreto”, ressaltou a fonoaudióloga. A insônia também causa um mau rendimento no trabalho e influência diretamente na qualidade de vida. 




Por Rachel Gamarski - Agência de Notícias UniCEUB

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Sem homicídios há 100 dias e com efetivo reduzido, delegado do Paranoá celebra aliança com comunidade

“Não há registro de homicídios há cem dias no Paranoá e Itapoã”, comemora o delegado-chefe da 6ª DP e ex-diretor da Divisão de Comunicação da Polícia Civil, Miguel Lucena. De acordo com o delegado, a queda no índice de violência da região se deve a um conjunto de ações integradas envolvendo Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Detran, além de parceria com a comunidade.



“A proximidade com os moradores e comerciantes ajuda muito na elucidação de crimes. Em 2009, eram registrados 12 assassinatos por mês no Paranoá. Agora, trabalhamos com zero ocorrências em uma área carente onde 95 por cento dos crimes estão relacionados ao uso, abuso e tráfico de drogas”, contou Lucena.

O delegado conta que a mudança de horário para o fechamento dos bares também contribuiu para a redução no índice de criminalidade. “Durante a semana, os bares fecham agora às dez horas da noite, e nos fins de semana, meia-noite”, contou. “Fizemos um trabalho de aproximação com os jovens por meio da capacitação dos professores e palestras nas escolas para superar a ideia de que a polícia é ruim e o traficante bonzinho”, explica o delegado.



Para Lucena, o efetivo policial está defasado. Apenas 65 policiais atendem a região. “A população dobrou em vinte anos e o número de policiais para atendê-la diminuiu em 20 por cento”, disse.

A 6ª DP atende às áreas do Paranoá, Itapoã e parte dos condomínios do Jardim Botânico, onde cerca de 250 mil pessoas moram e trabalham. A delegacia tem registrado cerca de 35 ocorrências por dia. A maioria delas são casos de assaltos nas paradas de ônibus.

Por Érika Suzuki - Agência de Notícias UniCEUB

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Cena de crime vira “espetáculo” para curiosos na Asa Sul

 O que representa o corpo humano morto no meio da rua? Na noite da última terça-feira, dia 11, uma cena provocou a discussão entre os curiosos que passavam ao lado de um supermercado na área comercial da quadra 407, na Asa Sul, área nobre de Brasília. No asfalto, o corpo de Salvador da Silva Filho, de 56 anos, alvo de nove tiros. Segundo a polícia, o principal suspeito era o genro. O crime teria ocorrido após uma discussão. Segundo a perícia no local, pelo menos sete tiros foram na cabeça.
Quatro horas após o ocorrido, a perícia ainda mantinha o corpo no local do crime para o registro e coleta de indícios, como impressões digitais. O material será utilizado na investigação do caso. Durante todo esse tempo, dezenas de pessoas permaneceram em volta da área isolada por uma fita amarela.
A curiosidade alheia acompanhou a ação dos peritos, que despiram o corpo da vítima. Até os testículos do cadáver foram examinados. Tudo no meio da rua. Para que a cena do crime não fosse afetada, o corpo não pôde ser retirado dali até que o trabalho fosse concluído.
 “Depois que a gente morre, não vale mais nada”, disse uma senhora rompendo o silêncio. Logo a conversa ganhou adeptos. “Olha que situação mais deprimente, o cara todo estourado”, continuou um homem. “A gente vira mesmo um saco de carne”, completou outra senhora diante da obviedade da finitude.
Logo, moradores, motoristas curiosos e comerciantes locais fotografavam o corpo e especulavam sobre o crime. O “público” só aumentava. As pessoas se aproximavam e logo levavam a mão aos olhos, mas ninguém se atrevia a perder um só movimento de um dos peritos ao virar o corpo do homem para cima e revelar a poça de sangue formada pelos ferimentos. Ao ser atingido, Salvador teria caído de bruços.
Natureza - O psicólogo Daniel Alves explica que a grande comoção pode ser explicada pelo contexto do crime. “ A Asa Sul é uma área nobre da cidade. As pessoas não estão acostumadas com esse tipo de ocorrência. Além disso, o ser-humano é curioso. Esse tipo de reação é da nossa natureza”.
Alves lembra ainda que o sentimento de proximidade com o ocorrido ajuda a esquentar o debate entre os curiosos. “As pessoas começam a refletir: ‘poderia ser comigo, eu poderia ter sido atingido por uma bala perdida”, diz.
Fato é que a conclusão do debate sobre o valor da vida e o que um “corpo sem alma” representa não é consenso na sociedade brasileira. E isso aguça ainda mais as discussões e as reflexões do senso-comum. “Nessa horas as pessoas param, pensam sobre a rotina agitada e percebem uma realidade que estamos acostumados a mascarar: nosso corpo é uma estrutura óssea e, com a morte, ele passa a ser inanimado”, explica o especialista.

Por José Maurício Oliveira - Agência de Notícias UniCEUB

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Professor de engenharia de tráfego diz que engarrafamento da BR-020 é reflexo de deficiências estruturais

O professor de engenharia de tráfego da UnB, Paulo César Marques, acredita ser difícil haver alternativas para contornar os problemas de trânsito por conta da reforma da BR 020, o que afeta diretamente moradores de Sobradinho e Planaltina. Nesta quinta-feira, moradores das cidades acessaram o centro de Brasília depois de mais de três horas de engarrafamento para percorrer pouco mais de 30 quilômetros.

“Dentro do DF as estradas estão dispostas de forma radial, em que se usam as principais estradas para ir e vir para vários pontos diferentes, não tendo capacidade de parar essas vias”, afirmou o professor em entrevista para a agência de notícias UniCEUB.

Pedágio - Ele ressaltou o alto grau de dependência do transporte automotivo individual, o que reflete um déficit do transporte público no Distrito Federal.  Entre alternativas encontradas por outras cidades para problemas como aqueles que a região enfrenta, está o rodízio de carros, utilizado, por exemplo, por São Paulo, Cidade do México e Caracas. Para Marques, isso não seria uma boa medida a longo prazo para o DF  porque não resolve o problema definitivamente.

  Uma medida alternativa seria, segundo o professor, as transformações dessas estradas que circundam o DF, como a EPIA, em vias de pedestres e bicicletas. Outra alternativa seria a cobrança de pedágio urbano para os motoristas de carros de passeio.
Por Gabriela Ziegler – Agência de Notícias UniCEUB

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Craques do futevôlei disputam ponto a ponto segunda etapa em Águas Claras

Para quem acha que o futevôlei é praticado só na praia, e que Brasília não tem espaço para o esporte, está muito enganado. Neste final de semana, a segunda etapa do Campeonato Brasiliense de Futevôlei movimentou o Parque Ecológico Águas Claras. No domingo os jogos de semi-final e final consagraram campeões as duplas Jardel e Márcio na categoria amador, Robinho e Julinho no master, Paula e Josy no feminino e J. Rato e Vinícius na categoria principal.

Na final do feminino, a dupla Paula e Josy venceu Vânia e Tati por 18 a 15, em um jogo de set único. A carioca Josy, jogadora do Flamengo foi convidada pela parceira Paula pra participar do campeonato brasiliense, e afirma que a única diferença do jogo na praia é a areia. “Na praia é mais fofa o que torna o jogo mais lento e aqui é mais batida deixando o jogo mais dinâmico”. Embora a dupla vencedora tenha fechado o jogo com três pontos de diferença, a disputa foi bem acirrada desde o começo.


Na categoria principal, o jogo foi composto por três sets, dois de 18 e o último de 15. Em caso de empate com 14 pontos, venceria quem fizesse dois pontos de diferença. Exatamente o que aconteceu. A dupla J. Rato e Vinícius venceram Marcelinho e Paraná por dois sets a um. A dupla vencedora fechou o primeiro set por 18 a 13, mesmo com os adversários começando o jogo ganhado e abrindo três pontos de diferença. No segundo set foi a vez de Marcelinho e Paraná ganharem o set com facilidade. O terceiro set, bem disputado, chegou a empatar em 14 pontos, e por 17 a 15, a dupla J. Rato e Vinícius se consagraram campeões.

O brasilense J. Rato destacou a importância da competição de futevôlei para Brasília. “Dá oportunidade de a capital mostrar que aqui também tem atletas com qualidade”. Ele acrescentou que têm crescido o número de escolinhas de futevôlei, e que isso ajuda no desenvolvimento de crianças que saem das ruas para se dedicar ao esporte. Convidado pelo jogador brasiliense, Vinícius, atleta do Santos, campeão mundial no esporte, ressalta a força de vontade do parceiro, que está saindo de uma lesão no tornozelo. “Foi no sacrifício. Tenho que dar os parabéns a ele”.


          Por Cecília Sóter (texto e fotos) - Agência de Notícias UniCEUB

Presidente do Incra defende integração de banco de dados para combater grilagem. Assista entrevista

O presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Carlos Guedes, acredita que a grilagem de terra – problema fundiário do país e do DF – tem origem na falta de controle sobre os registros de terras.

 Em entrevista à Agência de Notícias do Uniceub, ele lembrou que os cartórios
municipais respondem sobre o domínio de terras no Brasil, e que há casos de
municípios com áreas de imóveis rurais registradas superando em até cinco vezes o
tamanho real do município.

Guedes defende que uma solução para o problema passa por uma tarefa de integração
de banco de dados. “O grande desafio será realizar um trabalho de integração dos
cadastros de imóveis rurais, levando-se em conta a base de dados de 3 principais fontes:
os cartórios, a receita federal e os registros provenientes do novo código florestal.” O
aumento no controle poderia diminuir a pressão econômica exercida sobre os cartórios –
e consequentemente, as irregularidades.
INCRA no Brasil Sem Miséria
O presidente também comentou sobre a integração da política de assentamento e
reforma agrária ao Programa Brasil Sem Miséria do governo federal. Segundo Guedes,
da população enquadrada na situação de extrema pobreza (16 milhões de pessoas) quase
metade encontra-se no meio rural (7 milhões). “Existem ações específicas de política
pública tanto para quem já tem propriedade, mas é incapaz de desenvolvê-la, quanto
para os sem terra.”, afirmou.
Ainda, disse que as políticas públicas seguem a combinação de “saberes e fazeres”.
Isso se traduziria em levar conhecimento e tecnologia às famílias, sem desrespeitar os
conhecimentos tradicionais, o jeito específico de cada grupo e cada região. “Trata-se
de um novo conceito de reforma agrária, diferente do antigo modelo de colonização.
Envolve novas tecnologias de produção e a consideração sobre o impacto ambiental.”
Carlos Guedes também falou sobre o novo modelo de planejamento do INCRA,
que agora seguiria uma lógica diferenciada. “Não estamos mais reféns de metas de
assentamentos que acabavam gerando tensão política. Nosso objetivo é identificar
áreas em que a grande concentração de terra causam extrema pobreza. Áreas em que a
concentração fundiária não trouxe desenvolvimento, como ocorre em alguns casos.
Dificuldade
Questionado sobre qual a maior dificuldade enfrentada pelo INCRA na implantação da
reforma agrária, Guedes apontou a demora típica de processos que seguem o devido
processo legal em um Estado democrático de direito. “Por mais que a gente elabore um
decreto de assentamento, o proprietário tem direito ao contraditório, normal, o que leva
o caso à justiça. Nada demora menos que um ano para se efetivar, o que é problemático
para governos que duram 4 anos”.
Por Sérgio Bertoldi - Agência de Notícias UniCEUB

Em ascensão na GP2, Felipe Nasr sonha com Fórmula 1 em 2014. Assista entrevista

O piloto em entrevista para a agência de notícias
O segundo colocado na prova de Spa Francorschamps, na Bélgica, Felipe Nasr, de 20 anos de idade, subiu na classificação da GP2, mas acha que terá pelo menos mais um ano na categoria até chegar à Formula 1, estimada para 2014. A adaptação foi o mais difícil este ano. Tive que me virar com um motor que tem três vezes a potência do carro que pilotava. A decisão de entrar na GP-2 foi tardia”, contou Felipe Nasr, promessa do automobilismo brasileiro.
  
Antes de viajar para Bélgica e subir ao pódio mais uma vez,  Nasr esteve em Brasília de folga. “Estou aberto para negociar com todas as equipes ano que vem”, contou. “Agora, em agosto, aproveito para ficar ao lado da família e dos amigos. Em setembro, começa outra temporada”, disse. E começou, de fato, muito bem.
Apesar da pouca idade, o piloto está no automobilismo desde os sete anos de idade e, para 2014, planeja a estreia na F-1. “Já recebi convites, sim. Acredito que tudo tem a sua hora. Na GP-2, todos correm com o mesmo carro, muda apenas o modo de atuação de cada equipe. A habilidade do piloto fica mais evidente. É o momento de treinar para estar pronto daqui a um ano para outra categoria”, revela Nasr.
Nasr está confiante nos resultados. “Já subi no pódio quatro vezes mesmo competindo com pilotos mais experientes”, avalia. “Ingressei na F-3 em 2009, aos 16 anos, e sabia que ali era a minha única chance. Graças a Deus, deu tudo certo. Procuro correr sem cometer tantos erros. Isso foi percebido como maturidade no meio”, considera.
Para ele, a principal dificuldade hoje no esporte é resultado da crise econômica que reduz número de treinos e patrocínios para os pilotos. São apenas dois treinos por ano quando os pilotos podem usar as pistas por três dias. O treino inclui combustível e equipe. “Cada dia de treino custa 20 mil euros. Uma única corrida, 250 a 300 mil euros”, disse.
A falta de estrutura aqui no Brasil traz uma série de dificuldades para quem inicia no esporte. “Sair do Brasil muito cedo, ficar longe da família. Se a pessoa não tiver uma boa estrutura emocional, acaba voltando”, disse Nars.
O piloto diz perder 2 kg a cada corrida de 1 hora e 10 minutos. “Imagina dirigir um carro que pesa 612 kg sem direção hidráulica”, explicou. Apesar da limitação dos treinos, faz duas horas de exercícios físicos todos os dias. No mais, Felipe Nars jura levar uma vida normal. “Saio, curto a família, pesco com os amigos. Sem o lado social, é muito depressivo”, disse o piloto que mora em Londres.
Por Érika Suzuki - Agência de Notícias UniCEUB Foto: Divulgação

Craque brasiliense celebra títulos, mas lembra que suporte familiar foi decisivo


O jogador de basquete Arthur Belchior, de 29 anos, craque bem sucedido do UniCEUB/BRB/Brasília, acredita que a falta de patrocínio, incentivos públicos e suporte familiar podem boicotar grandes talentos em qualquer esporte. “Eu conheço pessoas com menor condição financeira que tinham mais talento do que eu e não conseguiram se firmar no esporte porque tinham que trabalhar”, contou em entrevista para Agência de Notícias UniCEUB. Para o jogador, nessas circunstâncias, o apoio dos pais passa a ser um fator ainda mais decisivo. “Eu sou totalmente privilegiado, meus pais foram perfeitos e me apoiaram em tudo, desde a ida aos treinos até minha alimentação e o fato de não me deixarem parar de estudar”, diz.

Contudo, Arthur diz que o basquete não pode se queixar tanto. “Mesmo não tendo bom desempenho em Olimpíadas nos últimos anos, o basquete ainda está entre os esportes mais populares no Brasil, e isso ajuda bastante”, declara. Segundo ele, a prioridade agora é formar a associação dos atletas para que a categoria amplie as possibilidades de reivindicação de coisas de estrutura básica como melhores quadras e vestiários além de uma regulamentação mais concisa para salários e incentivos.

Trajetória
Apesar dos seus 1,95 m, Arthur é considerado um jogador de altura mediana para o esporte. Mas, não foi sempre assim, ele cresceu cedo demais e logo era um dos mais altos do time. Por isso, e devido sua facilidade de movimentação, os técnicos sugeriram que deixasse de jogar de pivô e passasse a ser ala. “Essa é uma posição em que você precisa arremessar mais e foi a partir disso que comecei a investir em treino de arremesso que hoje é o meu carro-chefe”, conta o jogador que é reconhecido por seus arremessos de três pontos.
Brasiliense, o ala-armador foi jogar em São Paulo aos 19 anos e diz que nunca esperou voltar para Brasília. “Antigamente, o esporte não tinha estrutura aqui, ainda mais se comparado ao estado que eu estava que era uma referência para o país. Eu achava que voltar para Brasília era uma regressão”, declara. O jogador voltou para a capital federal há três anos para integrar o elenco do tricampeão brasileiro Brasília. “No meu primeiro ano, fomos campeões com três meses de salário atrasados, mas hoje as coisas melhoraram bastante. Atraso de salário mesmo nunca mais aconteceu”, diz.

Sobre a possibilidade de jogar no exterior o ala diz que é um sonho difícil. A National Basketball Association (NBA), liga americana, é o maior desejo de todo jogador de basquete, mas, segundo Arthur, tem um funil muito apertado. “Eles gostam de jogadores que são especialistas em alguma coisa então, por exemplo, se você é muito bom de marcação, você só vai marcar”, explica. Ele diz que não se encaixa nesse estilo de jogador. “Meu estilo de jogo é mais mesclado, eu faço um pouco de tudo é mais como se joga na Europa”, diz. Arthur já teve propostas de um time italiano, mas não pode ir porque não tinha naturalidade europeia, uma exigência nos times de lá.

Futuro
 
Pela frente o jogador tem uma temporada com três campeonatos, o Novo Basquete Brasil (NBB), a Liga das Américas e o Campeonato Sul-americano. “Nossa expectativa para essa temporada é de vitória sempre, claro. Mas sabemos que é um caminho difícil”, declara.
Arthur diz que a diferença crucial entre os três campeonatos está na necessidade de ter um bom desempenho desde o início que marca os dois últimos. “No ano passado na NBB começamos mal, conseguimos superar e ainda sermos campeões. Mas na Liga das Américas e no Sul-americano é diferente porque se você começa mal, pode ser eliminado do campeonato”, conta.
A Liga das Américas e o Campeonato Sul-americano funcionam com competições quadrangulares de três jogos cada, sendo todas eliminatórias. O que significa que, caso o time não tenha um bom desempenho em cada quadrangular, está automaticamente eliminado do campeonato inteiro. Já o NBB funciona por pontos corridos e permite que um time cresça durante o campeonato.
Para o torcedor, Arthur reforça que rivalidade e participação da torcida são elementos importantes para o bom desempenho do time. “Sou atleta, mas também sou torcedor e a verdade é que jogo disputado envolve a torcida e isso se reflete no desempenho do time em quadra. Por isso todo mundo acha tão melhor jogar em casa, a vantagem é a torcida do seu lado”, declara.

Por Sthael Samara - Agência de Notícias UniCEUB

domingo, 2 de setembro de 2012

Ponto eletrônico gera resistência em profissionais de saúde, diz coordenadora do Hospital da Criança


A implementação do ponto eletrônico gerou resistências dos médicos, segundo a coordenadora de administração de pessoas do Hospital da Criança de Brasília, Maria Rilda Silva. Com o ponto, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal espera ter maior controle sobre a jornada de trabalho dos profissionais.
O Hospital da Criança de Brasília foi o pioneiro na implantação do controle eletrônico de frequência no Distrito Federal. Segundo Rilda, o Hospital da Criança é uma Organização Social, isso significa que a instituição utiliza recursos governamentais,  embora a gestão seja feita por uma empresa privada. Alguns funcionários são regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e outros são servidores públicos.

 De abril a maio, a administração do hospital tentou fazer testes de implantação do ponto eletrônico. “Tivemos dificuldades, principalmente com os médicos da Secretaria que, em geral, são servidores com 20 e até 30 anos de serviço público. Eles se negaram a prestar informações necessárias ao sistema, como o número do PIS”, informou a coordenadora. A situação mudou por causa de uma portaria que obrigou a todos à submissão do controle eletrônico.
De acordo com a coordenadora, é muito comum que médicos trabalhem em outras unidades hospitalares. “É na locomoção de um local para o outro que acontecem os atrasos desses profissionais”. Em dois meses de controle de frequência eletrônica a coordenadora afirmou que é possível identificar essa impontualidade dos profissionais. “Infelizmente ainda não foi possível reduzir o tempo de espera dos pacientes, mesmo com a frequência eletrônica”, disse.
Desde o mês de junho, funcionários e servidores têm a frequência controlada pelo ponto eletrônico que funciona com pressão de digitais e, eventualmente, com chip de crachás. Atualmente, de acordo com Maria Rilda, caso o profissional não cumpra a carga diária, o hospital trabalha com a compensação. “O funcionário tem 30 dias para compensar o período e caso ele trabalhe a mais terá direito a folgas”.
Atualmente, de acordo com a coordenadora do hospital, existem 150 médicos trabalhando e aproximadamente dez deles ainda recusam-se a bater o ponto eletrônico. Para ela, a categoria pode ser considerada uma das mais resistentes do país. “Por causa do trabalho deles em salvar vida e lidar com doenças, eles consideram ´burocracias administrativas´ irrelevantes à profissão deles”.

Por Elaine Andrade - Agência de Notícias UniCEUB

Atleta olímpico diz que pode deixar Brasília por dificuldades de patrocínio. Assista entrevista


De volta das Olimpíadas, o marchador brasiliense Caio Bonfim aponta dificuldades de patrocínio em Brasília e diz que, por isso, pode deixar a cidade. Aos 21 anos, ele vai consolidando a carreira que teve início, há cinco, ainda nas categorias de base.   Campeão no Sul-Americano de Marcha, em 2012, Caio alcançou o índice olímpico na última chance de que dispunha. Em Barueri (SP), o brasiliense completou os 20km da Marcha Atlética em 1h21s36s, marca 23 segundos mais rápida do que a exigida para garantir vaga nos Jogos.
Segundo Caio, Brasília não dispõe de muitas empresas interessadas em patrocinar o atletismo e isso dificulta a vida de quem quer seguir carreira como atleta. “O patrocínio aqui é muito frágil e isso faz com que os atletas da cidade dependam apenas do auxílio do governo”, diz.
O Governo Federal concede a “Bolsa Atleta” para os melhores colocados nos rankings estudantil, regional, nacional, internacional e olímpico. A bolsa inicial é de R$250 e aumenta à medida que o atleta sobe de ranking. Para todas as categorias o recebimento do auxílio está condicionado à conquista de medalha, exceto para a olímpica em que apenas a o índice de classificação para os Jogos já é o bastante.
Para o marchador, apesar da bolsa ser uma auxílio importante, ela favorece apenas aos atletas que já conseguiram se firmar, mesmo que apenas em suas regiões. “Até que se consiga alguma conquista a estrada é longa e solitária, o atleta tem que ir pela garra, pela vontade e muitos se perdem no caminho por falta de condição”, explica.
E é essa falta de subsídio que pode acabar levando Caio para algum clube de São Paulo. “Eu, pessoalmente, sempre quis defender Brasília. É o lugar onde nasci, é a minha casa. Mas, às vezes, para a sua carreira, não vale a pena”, diz.
Londres
                O brasiliense foi o único marchador brasileiro presente nesta edição dos Jogos Olímpicos e acabou a prova em 39º lugar. Caio passou mal durante toda a competição e, ao cruzar a linha de chegada, saiu carregado em uma cadeira de rodas. O marchador parou para vomitar três vezes durante a prova e chegou a expelir sangue. “Eu comi uma maçã antes da prova, agora se foi ela que me fez mal...”, conta.
Ele diz não acreditar ter passado mal de nervoso. “Sofri pressão muito maior quando consegui fazer o índice classificatório, em São Paulo. Em Londres meu objetivo principal era pegar o espírito olímpico para 2016, eu estava tranquilo”, afirma.
                Apesar de ter ficado bem abaixo de sua meta pessoal, ficar entre os 15 primeiros colocados, Caio considera positivo o balanço de sua participação nas Olimpíadas deste ano. “Além de ter conseguido o índice quatro anos antes do que o esperado, a verdade é que a gente aprende muito mais na derrota”, declara.
História de superação
                Quem vê o garoto que participa de 20 a 15 competições por ano, não pode imaginar a quantidade de problemas sérios que ele já enfrentou.  Ainda bebe, teve hepatite, meningite e uma resistência à lactose tão ferrenha que comprometeu sua absorção de cálcio. Assim, quando começou a andar suas pernas entortaram completamente e, por isso, teve que fazer uma cirurgia para corrigir o problema na qual os médicos cortaram uma parte de suas pernas e as engessaram. “O médico me disse que a única coisa do meio esportivo que eu poderia ser era jogador de dominó. Isso se eu soubesse contar até sete”, conta.
                Acerca de motivação, o atleta diz que ser parte de uma família de atletas ajuda bastante. Seu técnico, João Sena, é também seu pai e sua mãe é a ex-marchadora Gianetti Sena, oito vezes campeã brasileira de marcha. Contudo, Caio diz que o principal para o manter motivado é ver o apoio incondicional de seus amigos e familiares. “O atleta não pratica esporte por dinheiro, o que ele gosta é a valorização. E eu tenho sorte porque tenho o reconhecimento de quem eu, de fato, gostaria de ter”, declara.
Por Sthael Samara - Agência de Notícias UniCEUB