segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Craque brasiliense celebra títulos, mas lembra que suporte familiar foi decisivo


O jogador de basquete Arthur Belchior, de 29 anos, craque bem sucedido do UniCEUB/BRB/Brasília, acredita que a falta de patrocínio, incentivos públicos e suporte familiar podem boicotar grandes talentos em qualquer esporte. “Eu conheço pessoas com menor condição financeira que tinham mais talento do que eu e não conseguiram se firmar no esporte porque tinham que trabalhar”, contou em entrevista para Agência de Notícias UniCEUB. Para o jogador, nessas circunstâncias, o apoio dos pais passa a ser um fator ainda mais decisivo. “Eu sou totalmente privilegiado, meus pais foram perfeitos e me apoiaram em tudo, desde a ida aos treinos até minha alimentação e o fato de não me deixarem parar de estudar”, diz.

Contudo, Arthur diz que o basquete não pode se queixar tanto. “Mesmo não tendo bom desempenho em Olimpíadas nos últimos anos, o basquete ainda está entre os esportes mais populares no Brasil, e isso ajuda bastante”, declara. Segundo ele, a prioridade agora é formar a associação dos atletas para que a categoria amplie as possibilidades de reivindicação de coisas de estrutura básica como melhores quadras e vestiários além de uma regulamentação mais concisa para salários e incentivos.

Trajetória
Apesar dos seus 1,95 m, Arthur é considerado um jogador de altura mediana para o esporte. Mas, não foi sempre assim, ele cresceu cedo demais e logo era um dos mais altos do time. Por isso, e devido sua facilidade de movimentação, os técnicos sugeriram que deixasse de jogar de pivô e passasse a ser ala. “Essa é uma posição em que você precisa arremessar mais e foi a partir disso que comecei a investir em treino de arremesso que hoje é o meu carro-chefe”, conta o jogador que é reconhecido por seus arremessos de três pontos.
Brasiliense, o ala-armador foi jogar em São Paulo aos 19 anos e diz que nunca esperou voltar para Brasília. “Antigamente, o esporte não tinha estrutura aqui, ainda mais se comparado ao estado que eu estava que era uma referência para o país. Eu achava que voltar para Brasília era uma regressão”, declara. O jogador voltou para a capital federal há três anos para integrar o elenco do tricampeão brasileiro Brasília. “No meu primeiro ano, fomos campeões com três meses de salário atrasados, mas hoje as coisas melhoraram bastante. Atraso de salário mesmo nunca mais aconteceu”, diz.

Sobre a possibilidade de jogar no exterior o ala diz que é um sonho difícil. A National Basketball Association (NBA), liga americana, é o maior desejo de todo jogador de basquete, mas, segundo Arthur, tem um funil muito apertado. “Eles gostam de jogadores que são especialistas em alguma coisa então, por exemplo, se você é muito bom de marcação, você só vai marcar”, explica. Ele diz que não se encaixa nesse estilo de jogador. “Meu estilo de jogo é mais mesclado, eu faço um pouco de tudo é mais como se joga na Europa”, diz. Arthur já teve propostas de um time italiano, mas não pode ir porque não tinha naturalidade europeia, uma exigência nos times de lá.

Futuro
 
Pela frente o jogador tem uma temporada com três campeonatos, o Novo Basquete Brasil (NBB), a Liga das Américas e o Campeonato Sul-americano. “Nossa expectativa para essa temporada é de vitória sempre, claro. Mas sabemos que é um caminho difícil”, declara.
Arthur diz que a diferença crucial entre os três campeonatos está na necessidade de ter um bom desempenho desde o início que marca os dois últimos. “No ano passado na NBB começamos mal, conseguimos superar e ainda sermos campeões. Mas na Liga das Américas e no Sul-americano é diferente porque se você começa mal, pode ser eliminado do campeonato”, conta.
A Liga das Américas e o Campeonato Sul-americano funcionam com competições quadrangulares de três jogos cada, sendo todas eliminatórias. O que significa que, caso o time não tenha um bom desempenho em cada quadrangular, está automaticamente eliminado do campeonato inteiro. Já o NBB funciona por pontos corridos e permite que um time cresça durante o campeonato.
Para o torcedor, Arthur reforça que rivalidade e participação da torcida são elementos importantes para o bom desempenho do time. “Sou atleta, mas também sou torcedor e a verdade é que jogo disputado envolve a torcida e isso se reflete no desempenho do time em quadra. Por isso todo mundo acha tão melhor jogar em casa, a vantagem é a torcida do seu lado”, declara.

Por Sthael Samara - Agência de Notícias UniCEUB

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