O estudante universitário Hussein
Fowzi, 21 anos, de origem saudita, vive há três anos em Boston. Ele relata que estava na biblioteca da Massachussets College of
Pharm and Health Science quando os alunos foram avisados sobre os ataques pela
direção da faculdade. “Espero que a situação melhore logo. Há barreiras em toda
área central de Boston e as pessoas não podem sair de casa. Eu fui à faculdade,
mas as aulas foram canceladas”, acrescenta Fowzi. O jovem muçulmano teme que
ressurjam sentimentos de preconceito contra estrangeiros por conta dos ataques,
como ocorreu após os atentados do 11 de
setembro. “Infelizmemente, para ser honesto com você (o repórter), isto já está
acontecendo”, explica Hussein.
A cidade de Boston parou após as explosões
das bombas que deixaram três mortos e uma centena de feridos. Agentes de inteligência
e a polícia prosseguem a caçada dos suspeitos. Um deles foi morto e o outro, um
jovem estudante, continua foragido. O clima é tenso. “Está muito perigoso andar
lá fora. As escolas estão fechadas e pararam o serviço do T (como é chamado o
metro na cidade)”, afirma Timothy Vela, de 27 anos, professor de inglês de uma
escola internacional do centro de Boston. “Essa situação toda me deu um
sentimento de fragilidade. Caminho pelas ruas da cidade sem saber se a próxima
lata de lixo é uma bomba ou não”, lamenta Timothy, em entrevista a agência de
notícias.
Desde que Boston tornou-se o
centro das atenções da mídia internacional por causa dos ataques, a rotina da
cidade mudou. Impedidas de sair por orientação das autoridades locais, as
pessoas estão em casa acompanhando as noticias pela TV. ”Há vinte sete horas, estou
sem dormir, aguardando os suspeitos serem capturados”, diz Timothy. Conhecida pelas famosas universidades como
Harvard e Massachussets InstituteTechnology (MIT), a cidade, que é uma das mais
ricas dos Estados Unidos e tem 5,8 milhões de habitantes na região metropolitana,
está com ruas desertas. Internautas
aproveitam a situação inusitada e colocam fotos da cidade fantasma nas redes
sociais.
Por Heron de Andrade - Agência de Notícias UniCEUB