quinta-feira, 3 de maio de 2012

IGP-M cresce em abril rumo à inflação e preços podem subir, diz FGV

O programador Tiago Martins, que mora de aluguel no centro de Brasília, já foi alertado pelo seu locador: no fim do mês, quando o contrato vence e deve ser renovado, o valor do aluguel vai aumentar. "Ele já me disse que houve alta no índice que é usado como base para calcular o preço. A gente pode até negociar, mas o aumento é inevitável", contou. O número citado pelo locador é o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Em sua última aferição, o número fechou em alta de 0,85% no mês de abril. Além disso, só em 2012 o índice já escalou 1,47%. De acordo com a FGV, este aumento já era esperado e a tendência é que o número perca força no próximo mês. Aos jornalistas, o economista da Fundação, André Braz, adiantou que a soja pode ser o motivo de uma possível queda. " Os IPAs (Índice ao Produtor Amplo) Agropecuário e Industrial vão recuar. A soja vai influenciar muito nisso tudo", explicou.

Os IPAs, mencionados por Braz, são dois dos três índices que compõem o cálculo do IGP-M. O outro é o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), que também cresceu no mês de abril. O indicador, que varia em uma escala que chega ao máximo de 200 pontos (quanto mais perto de 200, maior a confiança do consumidor), fechou o último mês nos 128,7 pontos. Este número representa uma alta de 4,9%, se confrontado com o mês anterior.

A pesquisa, feita em mais de 2 mil domicílios, em sete capitais, entre os dias 2 e 20 de abril, mostrou que o indicador alcançou uma média histórica, desde que sua medição foi iniciada, em setembro de 2005. "Ao contrário dos americanos e europeus, os brasileiros estão vendo o resto do mundo sofrer com a crise, mas acompanham seu país que, pelo menos até o momento, se mantém fora dela. Isso obviamente eleva a confiança de qualquer consumidor em sua própria economia", aponta Alessandra Costa, economista graduada pela Universidade de Berkley, na Califórnia.

Para o locatário Tiago, o aumento continuará vindo, mas o segredo é a economia se manter estável, para que a população não sofra futuramente as consequencias. "Acho que se tudo ficar como está, ou seja, sobe um pouco aqui, mas diminui um pouco ali, dá pra levar. Tudo depende de preço pra gente. Só não pode deixar nosso salário ser menor que as contas, se não ninguém aguenta", ressalta em tom de brincadeira.

Por Vinícius Werneck - Agência de Notícias UniCEUB

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