quarta-feira, 16 de maio de 2012

Rio +20 sinaliza retrocesso ambiental, poucos avanços sociais e um desafio para a geração futura

Depois de dois dias de debates, o resultado é a convergência de percepções entre perservacionistas e socioambientalistas, tradicionais rivais dentro do movimento ambiental, quando o assunto é o diagnóstico sobre o que significa a Rio+20, que acontece na última semana de junho, no Rio de Janeiro. “O discurso de todos os presentes ao debate está direcionado a apontar um retrocesso ambiental em alguns pontos e um desafio muito grande para o futuro, pois houve agravamento dos problemas ambientais desde a Eco-92”, explica a coordenadora do evento Rio 20, doutora em Desenvolvimento Sustentável, Marcia Leuzinger.

Márcia ressalta que houve avanços na educação e na consciência ambiental assim como na diminuição da pobreza absoluta no mundo. No entanto, não deixa de frisar as muitas perdas ambientais nesses 20 anos, inclusive no Brasil, e a ausência de pontos chaves como clima e biodiversidade da pauta da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio +20).

Estiveram presentes ao primeiro dia de evento expoentes máximos em suas áreas de atuação dentro do Direito Ambiental como Letícia Silva, especialista em agrotóxico da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Eldis Camargo, especialista em recursos hídricos da Agência Nacional de Águas (ANA), Mario Gisi, coordenador da Câmara do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural do Ministério Público Federal (MPF) e Aurélio Veiga Rios, ambientalista e procurador Regional da República.

José Drummond,  no Rio 20, tratou de biodiversidade
No segundo dia, explica a coordenadora Márcia Leuzinger, foi a vez de reunir os cientistas que estão dentro das universidades refletindo sobre biodiversidade como o sociólogo José Augusto Drummond (UnB/CDS), sobre educação e pobreza como a geógrafa Vanessa Castro (UnB), e sobre a cultura e os saberes dos povos tradicionais como a pedagoga Sandra Lima da Universidade Federal do Tocantins (UFT).




20 anos depois da Eco-92

O evento Rio 20 contou com a participação extraordinária do sociólogo Alfredo Pena-Vega, do Centro Edgar Morinde Paris (EHESS),que está no Brasil para concluir o texto das propostas que serão levadas para a Conferência Rio +20 pela rede de 380 pesquisadores em 50 universidades no mundo. Alfredo, em sua palestra, enfatizou a necessidade de influir no futuro e destacou que o eixo econômico que move o mundo está em questionamento. “Não é possível continuar nessa via, pois foi esquecido que existem o social, o ético e o ecológico, por exemplo”, explicou Pena-Vega.

O professor destacou também que a luta na Eco-92 era pelo desenvolvimento sustentável que podia levar a mundo a ficar melhor. “20 anos depois o mundo não está melhor”, afirma Pena-Vega, que mesmo diante de um diagnóstico pessimista se posiciona dizendo que a humanidade tem uma chance. Para Pena-Vega essa chance aparece quando se estimula o conhecimento e o pensamento crítico de modo que a visão seja ampla e o futuro diferente do passado.

O ciclo de debates sobre a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio +20) foi uma promoção do curso de Mestrado em Direito do UniCEUB. O ciclo foi realizado no Laboratório de Relações Internacionais e com transmissão simultânea em áudio e vídeo para o Auditório do Bloco II. O evento foi aberto à comunidade de Brasília (DF).

Por Mônica Prado, da Agência de Notícias UniCEUB

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